Coluna do Pedro João: Floresta Amazônica, sua Importância Para o Brasil e o Mundo

Dados de 2017 já mostram que o Brasil tornou-se mais uma vez campeão mundial, só que para a tristeza de muitos, este não foi da copa do mundo de futebol, e sim da destruição das florestas. Estes dados revelam que este é um novo recorde de destruição florestal, desde que o monitoramento começou a ser feito em 2001. Este levantamento é feito com base de comparação de 30 milhões de imagem de satélites de alta resolução. Os dados do ano de 2017 nos fornece essa vergonhosa liderança mundial. O Brasil desmatou 4.551.833 ha, este número está bem à frente da Republica Democrática do Congo, que ficou em segundo lugar e teve um desmatamento de 1.467.957 ha. O mais grave é que no ano de 2019 as amostragens apontam um novo recorde.

            Os motivos para essa verdadeira guerra destrutiva contra a floresta em todo o país, de forma especial na Amazonas, já são conhecidos, porém, não é demais reafirmar, são vastas área continuas sendo desmatadas para darem lugar a soja; rebanho bovino;  minérios e represa para geração de energia, sempre  visando a exportação de commodities, para atender o mercado global, em prejuízo da população local.

            Cabe dizer que grande parte dos desmatamentos no Brasil tem origem criminosa, ligado à corrupção, como por exemplo, o comércio ilegal de madeira ou até por pessoas que têm interesses econômicos nestes crimes. Não é exagero afirmar que as megaempresas monopolistas internacionais, junto com as elites econômicas brasileiras estão patrocinando a verdadeira “guerra” contra a biodiversidade brasileira.

            O valor da floresta Amazônica para a vida no planeta é imenso, tanto para a saúde das pessoas como também tem um grande valor econômico. Sua bacia hidrográfica possui uma das maiores e mais ricas diversidades de peixes de todo planeta. São entre 2.500 e 3 mil espécies, dos mais variados tamanhos. Isso é fonte de riqueza tradicional da população local. Além desta diversidade de peixes, o Amazonas tem uma fauna gigantesca, são 1.300 espécies de pássaros, 300 de mamíferos, no total a soma da fauna do local são 02 milhões de espécies, muitas das quais só são  encontradas na região. 

            A flora do Amazonas é esteticamente bela, porém, sua importância vai além da beleza. Das 100 mil espécies catalogadas na América Latina, cerca de 30 mil estão na Amazonas. Há diferentes graus de umidade durante o período de cheia dos rios, devido à qualidade do solo e as constantes chuvas proporcionam a formação de vegetais distintos. Essa soma de fatores é que forma a região única no planeta e dá vida de grande biodiversidade da Amazonas.

            Outra função da floresta Amazônica são as condições pluviométricas, calcula-se que a floresta Amazônica é responsável por grande parte da chuva que cai no Brasil, e outros países da América do Sul. Os Rios voadores, (como são chamados os cursos d’aguas atmosféricos), são responsáveis por garantir a própria sobrevivência da floresta, e dos recursos hídricos de boa parte das bacias hidrográficas brasileira.

            Conforme relatado pela Brasil Escola (https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-amazonia-as-chuvas-no-brasil.htm), “de acordo com o Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) e a Expedição Rios Voadores, aAmazônia é uma floresta que faz chover”. Declara ainda que “de acordo com os pesquisadores, a floresta emite vapores orgânicos para o ar por meio da evapotranspiração, provocando o condensamento e a formação das chuvas”.

Governos

            Com todo esse indiscutível valor para o país, ainda não é suficiente para os dias atuais, diferente seria se a floresta tivesse o tratamento merecido pelo poder público. No decorrer da historia a região teve um tratamento utilitarista e mercantilista, atendendo grupos de atividade econômica segundo seus interesses econômicos de curto prazo, sem considera seu valor real.

            O governo militar, por exemplo, fez um grande investimento em atividade de destruição da floresta. Esta sanha destrutiva prejudicou o meio ambiente e não troce benefício para a população local, pelo contrario, levou um agravamento da qualidade de vida do povo, de forma especial para os pequenos agricultores, ribeirinhos e os extrativistas.

            Por outro lado, a resistência dos povos locais tem sido crescente durante todo esse tempo, buscando sempre articulações no país e em todo mundo, elevando o debate sobre a importância da floresta. À medida que cressem as organizações populares, as poderosas forças econômicas inimigas da floresta e da vida, insistem em manter seus métodos de absurda crueldade, não tendo pudor de assassinar lideranças indígenas, camponeses, extrativistas e outros, como por exemplo, o assassinato da Irma Dorothy 2005, e do ecologista Chico Mendes natal de 1988, e tantos outros.

            Porem, com toda a luta de resistência dos povos da Amazonas e seus aliados, presente em todo o mundo, ainda existe pessoas que veem riqueza econômica e ecológica da região como apenas um valor local. Esta é uma equivocada maneira de ver o bioma da Amazonas, pois, em todos seus aspectos, o Brasil, assim como em outras partes do mundo, dependem das chuvas que vem da região Amazônica. As florestas, estas são um grande sistema natural, são as responsáveis pela chuva regular em todo o Brasil. A existência do chamado rios voadores que basicamente consistem na umidade do ar gerado pela floresta Amazônica, espalham a chuva para várias regiões do país e do continente sul-americano.

Tecnologia

            Nas palavras do ecologista Chico Mendes, “Não se pode aplicar a tecnologia moderna dominante na biodiversidade amazônica, pois a mesma é agressiva e não respeita o ritmo da natureza”. É certo que o Amazonas não pode ser visto apenas como santuário intocável, muito menos se limitar apenas a beleza estética de sua paisagem, torna-se necessário uma tecnologia adequada àquela região, que leve em conta toda sua biodiversidade local, sua economia regional, bem como os povos que fazem parte do sistema amazônico.

            Pode-se afirmar que as proteções das florestas brasileiras dependem fundamentalmente de decisão política.  Em articulação com todas as pessoas que defendem um meio ambiente ecologicamente sustentável e um mundo socialmente justo. Problemas socioambientais não se resolvem com a plantação de lavoura extensiva, (monocultura), este é um tipo da atividade econômica que não ajuda o bioma amazônico, e muito menos a população local. Nas palavras do filosofo Leonardo Boff.    “O futuro de uma vida sustentável para humanidade depende em grande parte, da forma como preservamos o Amazonas”. Como todos sabem não se devem transformar os recursos florestais em apenas uma fonte de ganhar dinheiro em curto prazo. O Brasil não deve se negar a fazer sua parte na conservação destes recursos que é de todos, pertence  ao  sistema  vital para vida, sistema-terra  e é de toda a  humanidade.   

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